EDUCAÇÃO INCLUSIVA: O DESAFIO DE APRENDER E COMPARTILHAR EM MEIO ÀS DIFERENÇAS
O ambiente Escolar,
considerado a primeira experiência efetiva de interação e convivência
humana, constitui-se, na maioria dos casos, como a extensão do próprio
lar. Uma construção que possibilita a capacidade de entender e
reconhecer o outro, além do privilégio de aprender e compartilhar com
pessoas diferentes.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS),
cerca de 10% da população mundial têm necessidades especiais. No
Brasil, estima-se que 18 milhões de pessoas integrem essa porcentagem.
De acordo com a Secretaria de Educação de Pernambuco, cerca de 8.500
Alunos portadores de algum tipo de deficiência estão matriculados em
unidades educacionais espalhadas por todas as regiões do Estado.
A
missão de ensinar crianças e jovens com necessidades educacionais
especiais ainda é um grande desafio. Nos últimos dez anos, período em
que a inclusão se tornou realidade, a Escola e todo o seu corpo
profissional vêm aprendendo na prática e sob muita dificuldade como se
adequar a este processo.
"A nossa proposta é unir, trabalhar com uma
metodologia inclusiva, acompanhando o desenvolvimento destes Alunos
especiais, hoje inseridos na Educação regular”, afirma Albanize Cardoso,
gerente de políticas de Educação especial. Para a gestora, a estratégia
atual baseia-se no incentivo à autonomia e ao aumento da autoestima
para toda a vida.
O Plano Nacional de Educação (PNE), aprovado em
2001 pela Lei 10.172, destaca que a oferta de Educação especial pode
ser realizada de três formas: participação nas classes comuns, sala
especial e ainda em Escola específica. A proposta visa o acolhimento
igualitário de pessoas com cegueira, surdez, deficiência física, mental,
transtornos degenerativos, entre outros casos e especificidades.
Albanize
Cardoso ressalta ainda que a recomendação do Ministério da Educação
para esta unificação é vista como positiva. "Buscamos a criação de um
espaço adequado a cada necessidade, disponibilizando um material
didático apropriado, oferecendo cursos, espaços multifuncionais,
transcrevendo textos em braile e capacitando nossas equipes. A proposta
pedagógica precisa buscar alternativas que possibilitem preparar estas
pessoas para exercer sua cidadania com dignidade”, sintetiza a gestora.
O
jovem Eduardo Carlos, 19 anos, é Aluno do primeiro ano do Ensino Médio
na Escola Governador Barbosa Lima (EGBL), localizada no bairro do Derby,
área central do Recife. Surdo e mudo, ele encontrou na aprendizagem da
Linguagem Brasileira de Sinais (Libras) a oportunidade de interagir com o
universo ao seu redor. Contando com a ajuda do Professor intérprete
Fernando Vilarim, um dos profissionais que atuam na unidade, o
sorridente rapaz descreveu um pouco da sua experiência. "Acho muito
importante esta oportunidade de estudarmos todos juntos e a Escola nos
oferecer esta estrutura. Às vezes sinto um pouco de dificuldade na
questão da interação, mas, no geral, vejo que vale muito a pena. Aprendo
bem, faço amizades e consigo obter boas notas”, assegura Eduardo.
Segundo
a diretora-adjunta da EGBL, Fábia Fragoso, atualmente a instituição
conta com 300 Alunos surdos, divididos entre as turmas do Ensino
infantil, Fundamental e Médio, nos três turnos de funcionamento. Além de
um quantitativo menor de Alunos inseridos em outros quadros
deficitários, como cegos e portadores de transtornos mentais. "Nas
séries iniciais, compreendendo o ciclo que vai da pré-Escola até a
quarta, os Alunos ainda não participam da inclusão. Neste primeiro
momento, nos concentramos em oferecer às crianças o primeiro contato com
a comunicação, capacitando-os para o processo seguinte”, esclarece
Fábia.
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quinta-feira, 5 de julho de 2012
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